INÍCIO
O primeiro valor era muito alto, o segundo era aceitável, metade do valor do primeiro, 60 prestações de € 49,92, perfazendo 2.995,00 euros que tiraríamos tranquilamente de nossos encargos mensais sem esforços se tivéssemos realmente as vantagens prometidas em todo este tempo. Ou seja, acabaríamos por deixar de pagar tão caro por serviços que ficaria mais barato recorrendo às empresas conveniadas, deixaríamos de pagar o seguro de saúde para nossa filha e assim passaríamos a ter seguro para toda a família e ainda poderíamos estar mais vezes com a nossa família no Brasil, pois as passagens sejam bem mais baratas.
Estas contas foram todas feitas com a ajuda do Sr. Fábio e quando dissemos finalmente que sim ele nos passou para o senhor Nelson Costa para fechamos o negócio.
O Sr. Nelson nos apresentou os papéis para assinar e enquanto isso o Sr. Fábio arrumava uma pasta para nó, de "boas vindas". O nosso fim-de-semana acabou por virar semana inteira, que tiraríamos em Setembro. Guardei o Voucher assinado por ele em minha bolsa e o Sr. Fábio pediu para colocar na pasta juntamente com os outros documentos. Entreguei. O Sr Nelson garantiu que a primeira mensalidade sairia apenas em Junho. Justo, estávamos praticamente em Maio...
Assinamos o contrato mas rejeitamos o cartão de crédito. Já temos um e é mais que suficiente. Preenchemos os papéis para os descontos de gasolina e o Sr. Fabio foi juntando tudo e colocando na pasta.
Faltou o NIB, como se fazia tarde o Sr. Fábio ficou de ir buscar em nossa casa, mas meu marido disse que como AINDA íamos jantar, depois passávamos lá e deixávamos.
Saímos de lá com a pasta de boas vindas nas mãos e contentes da vida. Apesar da gozação do meu irmão, disse que ele que não enxergava a maravilha e mais para a frente íamos indicá-los para entrar também no clube.
Meu marido passou mais tarde e deixou o documento que faltava.
CAPITULO III - Pesadelo
No dia 09 de Junho liguei à Deco que não deu a menor atenção, dizendo que passado os 10 dias não teria nada que fazer, tentei argumentar e uma Senhora grosseira com voz de quem não tem tempo a perder me garantiu que era só isso e fim de papo. Ainda fiz mais duas ligações tentando explicar minhas razões e as circunstâncias, sem sucesso, sempre a mesma resposta: Não há nada a fazer!
Depois dos feriados dos dias 10 e 11 de Junho e fim de semana seguinte, minha angústia só aumentava, procurei na internet informações, todas negativas, chorei, fiquei nervosa, sem chão! Meu marido falou no assunto a um jurista colega de treino, o qual mostrou interesse pelo assunto e depois de ler o contrato e conhecer os factos encontrou muitas irregularidades, como é óbvio, e passou a orientar nossos passos. Vi uma luz no fim do túnel.
Fui à minha conta fazer uma consulta e notei que no mesmo dia havia entrado duas ordens de débito directo no mesmo dia, uma com o nome CIF (Clube Internacional de Férias) e outra para minha surpresa: Santader Consumer. Enviei uma carta pedindo a resolução do contrato para a interpass com aviso de recepção e posteriormente enviei fax com o mesmo conteúdo para Interpass e Santader Consumer. Liguei à Santader Consumer para perguntar que ordem de débito seria aquela e ele, maior surpresa ainda, não sabiam! Falei sobre a situação com a interpass, disse que estava cancelando o contrato e que não teria mais ligação com eles. Mandei cópia da carta por fax também à Santader. Cancelei as Ordens de Débito e notei que em Maio dia 15, no dia que me enviaram o contrato, saiu a primeira mensalidade, da minha conta. Mesmo com a ordem de débito cancelada dia 15 de Junho saiu a segunda a qual pedi o retorno ao banco. No contrato eles não colocaram nem a data de início de pagamento nem a data de fim, os campos ficaram em branco.
Depois vi também no contrato que a semana de férias a que teríamos direito seria sempre no Algarve e de acordo com a indicação deles, só durante os dois primeiros anos e ainda por cima no período de INVERNO, de 1 de Novembro a Março exceptuando as épocas festivas de fim de ano, Carnaval e Páscoa. Agora me respondam, eu brasileira, do nordeste, o que faria no Algarve em pleno INVERNO????
Me trancaria num hotel e lá ficava a consumir os serviços extras, pagando para manter rotatividade num período que ninguém mais vai para lá. Óptimo! E somente os dois primeiros anos. Ora o Sr. Fábio Muiler não sabia quando me falou que teria direito vitalício, a uma semana grátis em qualquer hotel de Portugal (pois disse a ele que não tinha muito interesse no Algarve - preferia zona de Lisboa, Alentejo...) e no período desejado. Coitadinho estava mal informado...
Em pensar que na hora de assinar o contrato meu marido perguntou se poderia deixar de ser sócio no momento que quisesse, o que o Sr Fábio respondeu com toda a sua maldade porém com um largo sorriso:
- Que é isso? Você nem assinou o contrato e já pensa em desistir? Nem vamos pensar nessas coisas? Você vai ver que só terá vantagens. :s
É claro que o Voucher do prémio que fui receber nunca mais apareceu o Sr. Nelson e o Sr. Fábio fingiram colocar na pasta de boas vindas porém esconderam juntamente com o contrato, ao qual só tive acesso no dia 17 de Maio. Tudo de caso pensado.
Bem o facto é que estou agora aguardando uma resposta do Centro de Arbitragem do Consumidor, onde me disseram que tentariam intermediar um acordo, porém sem garantia de sucesso. Depois disso é provável que tenha de ir ao tribunal. Porém disseram ainda que uma acção conjunta mediante os valores em jogo, que nem são muito altos, seria mais interessante.
Escrevo aqui sabendo que existem muitos na mesma situação.
Que todos possam se unir e mover acções conjuntas em suas áreas de residência, economizando com advogados e custos do tribunal.
Final da história: Não precisei ir a tribunal. Não cedi às ameaças. Fiquei sabendo dia 23 de Setembro pelo Centro de Arbitragem do Consumidor que o contrato foi "cancelado com perda de valores", ou seja, eles não me devolverão os quase 50 euros que paguei da primeira e única mensalidade, era pedir de mais.
Acho que eles entenderam que de mim não tirariam mais. Façam o mesmo: Não entrem em acordos que só adiaram a decisão final enquanto a interpass consegue que se pague mais uns mesesitos.
Procurem um advogado e dentro da lei tentem cancelar o pagamento o quanto antes.
Boa sorte!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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